Garibaldi recebe, no Museu Municipal, a exposição “Solo il vento” do fotógrafo italiano milanês Alberto Bregani.
Garibaldi recebe, no Museu Municipal, a exposição “Solo il vento” do fotógrafo italiano milanês Alberto Bregani.
A iniciativa da exposição é do Circolo Trentino de Garibaldi e conta com apoio do Poder Público Municipal, por meio do Museu Municipal. A tradução é uma colaboração de Edi Matuella e Angela Peretti Becker.
A mostra consiste em fotografias em branco e preto, especialmente selecionadas. As mesmas fazem parte de um projeto denominado “Solo il vento” (Somente o vento).
Fotografadas por Alberto Bregani para a província autônoma do Trento, por ocasião do centenário da grande guerra no Trentino, ocorrida entre 1914 e 1918. Um itinerário de 520 km denominado “Il sentiero della pace” (O caminho da paz), partindo do Passo del Tonale à Marmolada, atravessando todo o território Trentino, em média e alta montanha.
O Museu Municipal de Garibaldi fica localizado na Rua Dr. Carlos Barbosa, 77, e atende o público de terça a sexta-feira das 09h às 17h. Aos sábados, domingos e feriados das 10h às 16h.
O autor
Fotógrafo, escritor, comunicador de profissão, compositor e pianista por hobby, Alberto Bregani (1962) é considerado um dos mais puros e mais válidos intérpretes da fotografia em preto e branco e da fotografia de montanha. Bregani cresceu em Cortina d'Ampezzo, no coração das Dolomitas. Possui muitos seguidores online e nas redes sociais, realiza projetos de fotografia e comunicação para o território, para empresas e instituições. Suas obras podem ser encontradas em museus e coleções particulares, tanto na Itália quanto no exterior. Desde 2005, ele é um membro acadêmico do grupo italiano de escritores de montanha (GISM), bem como da Academia de arte e cultura alpina.
A guerra no Trentino (1914/1918)
O dia 24 de maio de 1915, depois de intensas tratativas entre os governos de ambas as partes, a Itália declara guerra ao Império Austro-húngaro. Se abre um novo fronte e o Trentino já chamado as armas, na mobilização militar de 1914, se encontra ainda mais envolvido no conflito.
O império convoca para o campo de batalha os homens em perfeita saúde com idade entre 21 e 42 anos. São obrigados a apresentar-se em até 24 horas nos centros de recrutamento.
As chamadas sucessivas dos reservistas continuam por meses e assim, são chamados os homens entre os 17 e 50 anos. Cerca de 60.000 trentinos vão ao fronte da guerra, a maioria na galícia polaca, limite com a Rússia, onde em poucas semanas aquela área tornou-se um enorme e sangrento campo de batalha, desses mais de 11.000 homens não voltaram nunca para suas casas.
Não foram somente os soldados que sofreram na guerra, os trabalhos nos campos, nos estábulos e nos bosques ficaram totalmente sob a responsabilidade das mulheres das crianças e dos mais velhos, que permaneceram em suas casas.
Os pedidos se multiplicavam e incluíam os animais, além dos alimentos e todo tipo de bens de consumo, levando a já sofrida população, todo tipo de privação e carestia.
Ao final da grande guerra o Trentino passa a fazer parte do território italiano.
Mas tudo ficou destruído, casas, estradas, igrejas sem sinos, bosques devastados, cidades vazias e cemitérios militares, formavam o cenário.
Da Marmolada, último horizonte Trentino, se anunciou com seus semblantes, firmes e gentis, a seguir outros ecos de canhões na noite, outros reflexos de longínquos mísseis iluminados, outros silêncios de outros alvoreceres alpinos.
O percurso representa um derradeiro significado, representa a liberdade e também o dever de seguir o caminho ao longo dos cumes e em direção aos horizontes que a história infelizmente tornou inigualáveis.